Aula II - Paramentaria




PARAMENTOS SACERDOTAIS

Estes paramentos são exclusivos a todos aqueles que se encontram a partir de Padre (Segundo Grau da Ordem Sacerdotal) na hierarquia clerical da Igreja, isto porque todos possuem o múnus sacerdotal. São eles:


ESTOLA:

Estola Sacerdotal: Simboliza o poder e a autoridade sacerdotal, sinal por excelência da dignidade sacerdotal. Como é usada sobre o pescoço, assemelha-se a um jugo, o suave jugo de nosso Senhor, ou seja, as obrigações do estado sacerdotal. A estola também simboliza as ovelhas que o Bom Pastor carrega sobre os ombros. É utilizada por cima da túnica ou alva, ou, ainda, da sobrepeliz; representada pelo cinto suspensório, segundo as cores litúrgicas, conforme a imagem.
DO USO DA ESTOLA: DE USO SUMARIAMENTE OBRIGATÓRIO. A estola sacerdotal originou-se, primordialmente, no Antigo Testamento com Moisés na instituição antiga do sacerdócio, estentendo seu uso no cristianismo pelos sacerdotes desde meados dos séculos I e II. Era originalmente chamado de Epitrachelion, mas com o crescimento e propagação da fé, hoje na Igreja Ocidental o chamamos de Estola, nas Igrejas Orientais ainda é chamado de Epitrachelion
    Os momentos em que se utiliza a estola são:
Nas Celebrações Litúrgicas;
Ministrando os Sacramentos;
Cerimônias Solenes em que for requerido pelo presidente da Cerimônia.
    Não se utiliza a Estola:
Em todo e qualquer evento de ordem civil e amistosa.

CASULA:

Sinal do amor sem limites com o qual Cristo se entregou por toda humanidade na Cruz e “que une a todos na perfeição". É o símbolo do Sacerdote que se Reveste do Cristo Todo. Trata-se de uma espécie de manto que recobre a túnica e a estola. O presbítero que preside a celebração Eucarística venha a paramentar-se com a casula, e os que concelebram é de grande e bom tom que também a use. 
DO USO DA CASULA: DE USO SUMARIAMENTE OBRIGATÓRIO. A casula originou-se já no Primeiro Século da cristandade, sendo originalmente um manto de cor e adorno distinto das vestes comuns, separado exclusivamente para o fim da Celebração Litúrgica, se moldando com o tempo em que a fé se propagou pelo mundo.
Apenas é utilizada na Santa Missa.

  • Casula Romana (Casulla) ou Planeta (Paenula)

  • Casula Gótica: 


DEMAIS PARAMENTOS

    VESTES CORAIS




PRIMEIRO E SEGUNDO GRAU DA ORDEM SACERDOTAL

*No habblet, até o presente momento, não há o Barrete no vestuário, no entanto utilizamos um chapéu semelhante a um bearskins. Com isto, não há a presença da borla, entretanto utilizamos uma fita para substituí-la.

Diáconos e Padres: Utilizam o barrete e/ou solidéu preto, faixa preta, batina preta, botões pretos, sobrepeliz branca, mozeta preta (opcional), capa preta e meias pretas.


Cônegos: Utilizam o solidéu preto e/ou o barrete preto com a fita vermelha, faixa preta, batina preta, botões vermelhos, sobrepeliz branca, mozeta preta (opcional), capa preta e meias vermelhas.


Monsenhores: Utlizam solidéu preto e/ou o barrete preto com a fita violácea, faixa violácea, batina preta, botões violáceos, sobrepeliz branca, mozeta preta (opcional), capa preta e meias violáceas.


Protonatário Apostólico: Utilizam solidéu preto e/ou barrete preto com fita vermelha, faixa violácea, batina violácea, botões vermelhos, roquete branco (sobrepeliz curta rendada), mantelete violáceo com debrum vermelho e meias vermelhas.


TERCEIRO GRAU SACERDOTAL

Bispo: Utilizam barrete e/ou solidéu violáceo, faixa violácea, batina violácea, botões vermelhos, sobrepeliz branca, mozeta violácea (opcional), capa violácea, meias violáceas e cruz peitoral.


Cardeal: Utilizam barrete e/ou solidéu vermelho, faixa vermelha, batina vermelha, botões vermelhos, sobrepeliz branca, mozeta vermelha (opcional), capa vermelha, meias vermelhas e cruz peitoral.


BATINAS ALTERNATIVAS

Tropicais: A batina tropical consiste numa batina branca apenas autorizada nas Dioceses ou Arquedioceses de países de clima sumariamente tropicais. Seu uso é proibido em países não tropicas e em Roma. 
Apenas a batina é branca, mantendo a cor do solidéu, dos botões, da faixa e das meias de acordo com o grau da Ordem e da Honraria.
Padres e diáconos, mantém-se pretos;
Cônegos: solidéu preto, botões, faixa e meias vermelhas;
Monsenhores: solidéu preto, botões, faixa e meias violáceas;
Protonatários: solidéu preto, botões e meias vermelhas e faixa violácea;
Bispos: solidéu, faixa e meias violáceas e botões vermelhos;
Cardeais: solidéu, botões, faixa e meias vermelhas.



Batina Episcopal alternativa: Batina, solidéu, faixa e meias violáceas mantendo os botões vermelhos.



Batina Cardinalícia alternativa: Batina, solidéu, faixa, meias e botões vermelhos.



DO USO DO BARRETE: DE USO FACULTATIVO. O barrete é um chapéu de quatro lados com um tufo/borla em cima, no topo deste. O barrete foi comumente utilizado a partir do século XIV pelos clérigos do mundo inteiro, sobretudo os europeus, continente onde o uso clerical originou-se. O barrete simboliza a autoridade daquele clérigo. Durante a Idade Média, o barrete não foi somente de uso clerical, mas as pessoas letradas que frequentavam as universidades e os advogados e juízes também faziam uso deste, sinalizando o status de autoridade sobre algo e/ou algum grupo social. Na Idade Moderna o uso reduziu-se apenas aos clérigos, e atualmente o desuso se torna cada vez mais comum.
O barrete acompanha o Grau Sacerdotal da Ordem do clérigo que o utiliza [vide Vestes Corais];
Os momentos em que se utiliza o Barrete são:
    Nas Celebrações Litúrgicas: Nas procissões; nas bênçãos; sentado, para ouvir a Palavra; na homilia;
    Ministrando os Sacramentos;
    Em Cerimônias Solenes, como, em criação cardinalícia, Conclave, dedicação do altar e/ou de uma igreja, posse da cátedra de uma Diocese ou Arquediocese e entre outras circunstâncias.
Não se utiliza o Barrete em:
    Nas Celebrações Litúrgicas: Ao subir ao Altar e osculá-lo até o momento da Liturgia da Palavra; durante o Evangelho e a todo o tempo após a homilia.
    Em eventos de ordem civil ou amistoso.

DO USO DO SOLIDÉU: DE USO FACULTATIVO. O solidéu é uma touca que remonta a KIPÁH judaica. Seu uso se tornou comum em meados do século XII-XIII pelos clérigos europeus. O solidéu simboliza a humildade do clérigo enquanto humano e frágil pecador, dependente da Graça de Deus. Desde seu uso comum até a Idade Moderna era comumente utilizado por todos os clérigos do mundo inteiro, somente na época atual que caiu em desuso para os Sacerdotes do Primeiro e Segundo Grau da Ordem, sendo mais utilizado pelos clérigos do Terceiro Grau da Ordem.
O solidéu também acompanha o Grau Sacerdotal da Ordem do clérigo que o utiliza [vide Aula II do Diaconato - Clero e Hierarquia].
Os momentos em que se utiliza o Solidéu são:
    Nas Celebrações Litúrgicas: Nas procissões; nas bênçãos; a todo o tempo até a Oração sobre as oferendas e após a Oração depois da Comunhão;
    A todo o tempo na vida cotidiana em toda e qualquer circunstância, como o próprio uso da Batina.
Não se utiliza o Solidéu:
    Nas Celebrações Litúrgicas: Durante toda a Liturgia Eucarística, a partir do início do Prefácio até o momento da comunhão;
    Durante a Adoração ao Santíssimo Sacramento e Sua bênção.